Nos últimos anos, o bolsonarismo tem demonstrado um crescimento paradoxal.
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Foto:portalanapolis.com |
Esse crescimento tem duas dimensões: a eleitoral e a do movimento social de base.
Enquanto nas urnas o bolsonarismo já mostrou força considerável em 2022, o seu poder nas ruas diminuiu após a tentativa de golpe de 2023, que foi amplamente condenada, inclusive por muitos que antes apoiavam o ex-presidente. Contudo, o bolsonarismo mantém uma base eleitoral robusta, que é constantemente estimulada por discursos contra o establishment, focando na polarização e na retórica de oposição ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como forças antidemocráticas que tentam sufocar o movimento.
A judicialização das ações de Bolsonaro, especialmente as investigações conduzidas por Alexandre de Moraes, reforçou sua imagem como um outsider (forasteiro) em conflito com a elite política e judicial, o que atrai eleitores descontentes com o sistema. As decisões do STF, que o tornaram inelegível, também fortaleceram essa percepção de perseguição política, estimulando o crescimento de movimentos em sua defesa, que veem as ações judiciais como uma tentativa de marginalizar a direita conservadora.
No entanto, esse fortalecimento não é uniforme. Há uma diferença significativa entre os apoiadores mais radicais e a direita moderada, que busca manter o capital político de Bolsonaro sem, necessariamente, endossar os elementos mais extremistas de sua base. Esse cenário deve influenciar as eleições municipais de 2024, onde a força eleitoral do bolsonarismo será novamente posta à prova.
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