Rombo Bilionário e Polêmica Trabalhista Expõem Gestão

Os Correios enfrentam uma crise financeira e administrativa significativa, com um rombo nas contas que já ultrapassa R$ 1,35 bilhão apenas no primeiro semestre de 2024. Esse déficit inclui a desistência de uma ação trabalhista de R$ 614 milhões movida pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), referente ao pagamento de adicionais salariais (AADC) para os funcionários.

Desistência Judicial e Críticas

Em abril de 2023, a estatal, sob a gestão de Fabiano Silva dos Santos, optou por não recorrer da decisão judicial, algo incomum em disputas de alto valor. A administração classificou retroativamente o valor no balanço de 2022, uma manobra contábil controversa que levantou suspeitas de manipulação financeira. Essa decisão não contou com parecer da Advocacia Geral da União (AGU), como normalmente exigido, e foi duramente criticada por órgãos de controle, como o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU), que investiga irregularidades na operação.

Histórico de Lucro e Mudança de Postura

Sob a gestão do governo Bolsonaro, os Correios haviam registrado lucros e passado por uma reestruturação que incluiu cortes de benefícios e acordos trabalhistas. No entanto, com a nova administração, a postura mudou para priorizar acordos com sindicatos, gerando novos compromissos financeiros. A estatal ainda precisará lidar com uma dívida bilionária de R$ 7,6 bilhões com o fundo de pensão Postalis.

Prerrogativas e Influência Política

Fabiano Silva dos Santos, nomeado para a presidência dos Correios, é ligado ao grupo Prerrogativas, formado por advogados alinhados ao governo Lula. Ele é acusado de politizar decisões administrativas, priorizando interesses sindicais e alinhamentos políticos em detrimento da saúde financeira da empresa.

Impacto e Privatização

A crise reacendeu debates sobre a privatização da estatal. A desvalorização financeira da empresa é vista por críticos como um passo em direção à venda por valores baixos, especialmente em um cenário de déficits crescentes. Apesar disso, os Correios seguem com planos de expansão, incluindo a abertura de um concurso público para 3.511 vagas, o que também gerou críticas pela falta de priorização de estabilidade financeira.

Essa situação complexa coloca em pauta a governança das empresas públicas no Brasil, levantando questões sobre responsabilidade fiscal, influência política e a necessidade de reformas estruturais mais amplas.

Fonte: Poder360, Revista Oeste, Estadão, Gazeta do Povo

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