🚨 Situação atual
De acordo com documentos obtidos pela Revista Oeste, pelo menos 40 aeronaves foram desativadas provisoriamente, e 137 pilotos foram afastados de suas funções em razão da falta de verba para combustível e manutenção (Oeste, 26/06/2025). Parte dos setores da Aeronáutica também passou a operar em meio expediente ou teletrabalho, algo inédito na Força.
O impacto é direto na frota que transporta autoridades: segundo levantamento de O Globo, 7 das 10 aeronaves do Grupo de Transporte Especial (GTE) estão inoperantes. Isso obrigou ministros e representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário a usar voos comerciais para compromissos oficiais (O Globo, 27/06/2025).
🔧 Causas e desgaste institucional
O motivo central da crise é o contingenciamento de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa, sendo R$ 812 milhões retirados diretamente da FAB. A medida faz parte do esforço do governo federal para cumprir a meta fiscal de 2025, que prevê um ajuste de R$ 31 bilhões no orçamento da União (Sociedade Militar, 25/06/2025).
Com mais de 80% do orçamento comprometido com despesas de pessoal e previdência militar, o restante ficou insuficiente para garantir combustível, peças de reposição e até lubrificantes básicos para as aeronaves (Defesa em Foco, 28/06/2025).
Em entrevista recente, o ministro da Defesa, José Múcio, confirmou publicamente que até os caças da FAB estão no solo por falta de insumos. Segundo ele, “há aeronaves de defesa aérea que não podem voar por falta de combustível ou manutenção” (Veja, 30/06/2025).
⚠️ Impactos e futuro incerto
A redução da atividade compromete a capacidade operacional da Aeronáutica em diferentes frentes:
Vigilância aérea na Amazônia, feita por caças e aviões como o Super Tucano A‑29, está seriamente comprometida. Segundo a Sociedade Militar, metade dessas aeronaves está parada.
Operações estratégicas, como apoio logístico a áreas remotas e transporte de tropas, estão suspensas ou reduzidas.
Missões internacionais e treinamentos de pilotos foram adiados.
Diante do cenário, os comandantes militares têm pressionado o governo para aprovar uma PEC da Previsibilidade, que estabeleceria percentuais mínimos de investimento em Defesa, semelhante ao que ocorre com Educação e Saúde. No entanto, o projeto segue parado no Congresso Nacional.
Nos bastidores, há relatos de tensão entre o alto comando das Forças e o Palácio do Planalto. O próprio ministro Múcio já teria colocado seu cargo à disposição, caso não haja recomposição orçamentária mínima para evitar um “colapso logístico”.
📌 Comentário do Editor
A crise orçamentária da FAB deixou de ser uma discussão técnica interna e se tornou um problema público e institucional. A paralisação de aeronaves, o afastamento de militares e a inoperância de serviços estratégicos representam um alerta grave sobre os riscos à soberania nacional e à capacidade do Estado brasileiro de responder a emergências. Enquanto não houver recomposição orçamentária ou aprovação de mecanismos de proteção institucional, a Aeronáutica seguirá operando com limitações severas — e o país, em risco de paralisia operacional.
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