Por Adelmo Rocha | 28/10/2025. São Paulo, 28 de outubro de 2025 –
Com Lula e Trump negociando tarifas e sanções durante a ASEAN (negociações
iniciadas em 27/10), a direita brasileira se vê diante de nova fragmentação:
enquanto os moderados consideram positiva a possibilidade de uma anistia
parcial a Bolsonaro, os radicais recusam o que chamam de “migalhas”. Assim como
abordado no artigo anterior, o êxito de Lula depende de sua capacidade de
prolongar essa divisão. Mas como cada ala da direita tende a reagir?
A Direita Política: Capitalizando a Vitória
Lideranças políticas como Tarcísio de Freitas (30% de intenção de voto, segundo
Paraná Pesquisas) e o Centrão (PP, PL) enxergam a anistia parcial — como a
suspensão da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro, mas sem restaurar sua
elegibilidade — como “fruto da pressão internacional”. Tarcísio, governador de
São Paulo, chegou a elogiar o pragmatismo de Lula em publicação no X (27/10):
“Economia em primeiro lugar”. Com tarifas que já representam perdas de US$ 5
bilhões (CNI), os moderados buscam fortalecer o agro e a classe média, mirando
o cenário eleitoral de 2026.
A Ala Radical: Rejeição e Isolamento
A ala radical dos bolsonaristas (30% da base, segundo Quaest), fiel ao clã
Bolsonaro, vê qualquer concessão limitada como traição. Eduardo Bolsonaro,
exilado, permanece inflexível: “Só liberdade total” (CNN, 27/10). No X,
@MichelleOficial (27/10) declara: “Não aceitamos migalhas do STF”. O grupo
radical mantém a retórica de que os pobres são “dependentes do PT”, o que acaba
alienando classes C/D, onde Lula detém apoio de 55%.
O Risco para 2026
Sem consenso entre as alas, cresce o índice de abstenção (25% entre radicais).
Lula, que continua com 50% de aprovação, capitaliza essa divisão: “A direita se
divide sozinha” (@RibeirosXingu, 27/10).
No próximo artigo: 70% dos radicais migrariam para Tarcísio
contra Lula em 2026? Uma análise sobre a possível transferência de votos.

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