Kamala Harris: Continuidade e Cooperação Multilateral
A campanha de Harris se alinha com a política da atual administração Biden-Harris, enfatizando a manutenção de alianças tradicionais, como a OTAN, e uma abordagem multilateral no enfrentamento de crises globais. No campo econômico, Harris é favorável a acordos climáticos e políticas comerciais que priorizam sustentabilidade e cooperação internacional. Isso pode ser vantajoso para o Brasil, especialmente considerando interesses comuns no combate às mudanças climáticas e o incentivo à transição energética sustentável. No entanto, essa postura também traz desafios, pois os EUA podem impor barreiras a produtos brasileiros se não houver alinhamento com metas ambientais e sociais mais rígidas.
Donald Trump: Protecionismo e Desafios Comerciais
Por outro lado, Trump defende um retorno à sua política de "America First", priorizando os interesses econômicos internos e o protecionismo. Sua estratégia envolve a revisão ou rompimento de acordos multilaterais, além de um distanciamento em questões climáticas, com foco na expansão de combustíveis fósseis. Para o Brasil, um governo Trump poderia oferecer oportunidades no agronegócio, uma vez que o presidente já manteve boas relações com lideranças brasileiras anteriores, como Jair Bolsonaro. Contudo, as tensões comerciais podem aumentar, especialmente se os EUA impuserem tarifas ou restringirem importações para proteger seus setores industriais.
Tensões Geopolíticas e Relações Econômicas
Independentemente do resultado, a competição estratégica com a China será um ponto central na política externa dos EUA, com implicações para o Brasil, que mantém fortes laços comerciais com o país asiático. Enquanto Harris deve buscar uma postura mais diplomática com aliados e manter certa estabilidade nos acordos comerciais, Trump pode adotar uma abordagem mais agressiva, colocando o Brasil em uma posição delicada entre os dois gigantes econômicos.
A eleição também terá impacto na agenda ambiental e no comércio agrícola. Uma vitória de Harris pode fortalecer as parcerias em projetos de energia limpa, mas exigiria do Brasil maior comprometimento ambiental. Por outro lado, um governo Trump pode facilitar a exportação de commodities agrícolas, mas sem compromissos ambientais, o que poderia gerar atritos com outros parceiros internacionais.
Portanto, o Brasil terá que se adaptar às prioridades e estratégias do próximo governo dos EUA, buscando aproveitar as oportunidades e mitigar os riscos nas áreas de comércio, diplomacia e cooperação climática.
Fontes: Center for Strategic and International Studies, CFR e KPMG.
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